Segundo o Ministério da Educação, apoio ao Novo Ensino Médio já conta com a adesão de 23 unidades da Federação
Por Lívia Barbosa
Com carga horária 25% maior do que o antigo modelo, o Ministério da Educação (MEC) aposta em Novo Ensino Médio para aprofundar conhecimentos em áreas de maior aptidão e interesse do aluno e reduzir a evasão escolar. A medida pretende ainda tornar Brasil referência em educação básica na América Latina até 2030.
As escolas públicas e privadas terão até 2022 para ampliar a carga horária das aulas de 800 para 1.000 horas anuais. O antigo ensino médio somava 2.400 horas nos três anos, isto é, 800 horas por ano. Agora, serão três mil horas de aulas no período ao longo dos três anos.
Implementação
Do total de três mil horas de aulas, 1.200 horas devem ser destinadas à oferta dos chamados “itinerários formativos”: uma formação à parte da obrigatória em que o estudante pode escolher a área de conhecimento ou formação técnica para aprofundar os estudos a partir de suas preferências e intenções de carreira.
As escolas devem oferecer aos alunos pelo menos um “itinerário formativo”. As opções deverão ser organizadas por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares com foco em:
Linguagens e suas tecnologias;Matemática e suas tecnologias;Ciências da natureza e suas tecnologias;Ciências humanas e sociais aplicadas;Formação técnica e profissional.
As 1.800 horas restantes, explica a coordenadora-geral de Ensino Médio substituta do MEC, Adriana Andrés, serão destinadas para a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC). “Parte das secretarias Estaduais de Educação já iniciaram a elaboração do Plano de Implementação do Novo Ensino Médio e o MEC dará suporte técnico por meio do Programa de Apoio ao Novo Ensino Médio que conta, neste momento, com a adesão de 23 unidades da Federação”.
A implementação será realizada de forma progressiva para ampliar o número de escolas a cada ano. “Isso vai depender das condições concretas de cada secretaria”, ressalta a coordenadora.
Em andamento
De acordo com o Portal do MEC, com a ajuda do Programa de Apoio à Implementação da BNCC (ProBNCC), os currículos dos estados estão sendo revisados ou reelaborados. Em 2020, algumas escolas já iniciarão a revisão de seus projetos pedagógicos para em 2021 dar início à implantação da BNCC.
“Já temos aproximadamente 3.500 escolas que iniciarão o processo de flexibilização curricular a partir de 2020. A partir de 2021, as redes de ensino, com base no plano de implementação, irão implantar, progressivamente, o novo currículo em todas as escolas de ensino médio”, destaca Adriana.
Questionamentos
Desde o início do debate acerca da reformulação do Ensino Médio, inúmeros especialistas têm alertado sobre as problemáticas em torno desse aumento da carga horária. Para eles, a mudança pode aumentar a evasão escolar, intensificando a desigualdade social e cerceando o direito à educação para os estudantes de baixa renda. Outro ponto polêmico refere-se à flexibilização do currículo, já que muitos estudantes, por volta dos seus 16 anos, ainda não decidiram quais carreiras vão querer seguir e não possuem maturidade para fazer tal escolha.
Fonte:Jornal Opção
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