sábado, 31 de março de 2018

A CÂMARA TRABALHANDO PELA AGRICULTURA.


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A Comissão da Frente Parlamentar de Agricultura e Pecuária da Câmara de Vereadores de Águas Lindas-GO, nomeada pelo presidente Rogemberg-PRB, composta pelos vereadores Osmar Rezende-PRB, Professor Silvério-PV, Aderson da Modele-PTB e Natalia-PSDB, juntamente com o secretário de agricultura Anderson Teodoro, estiveram reunidos na sede da CONAB em Brasília com seu Presidente Francisco Marcelo e o superintendente Rafael Bueno. Os vereadores solicitaram apoio à agricultura familiar do município, no fomento e comercialização dos produtos. No ano passado o prefeito Hildo do Candango e o superintendente Rafael Bueno assinaram um termo de cooperação técnica entre a CONAB e a Prefeitura de Águas Lindas de Goiás, o secretário de agricultura a época, Osmar Rezende solicitou doação de móveis, computadores para estruturação da secretaria e assinou o termo de cooperação técnica 001/2017 com a Unidade Armazenadora da Conab em Brasília-DF aderindo ao Programa de Adesão de Vendas em Balcão. Em atenção ao pedido dos parlamentares ficou acertado a visita do superintendente Rafael Bueno a Águas Lindas no dia 04/04, as 08h00 no Espaço Cultural Ceia(antigo Favela Chic), na Quadra 24, lote 15, Jardim Barragem I, no 1º Encontro do Fortalecimento da Agricultura Familiar de Águas Lindas de Goiás, onde irá proferir palestra sobre “Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar pela CONAB”.

Gab.Ver.Osmar Rezende.


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Entrevista- Em sua última semana como governador, Marconi é entrevistado pela nova TBC

Quarto mandato e futuro político serão temas do programa Roda de Entrevistas nesta quarta-feira (4/4)
Marconi Perillo em entrevista para ABC – TBC | Foto: Marco Monteiro
O governador Marconi Perillo será o protagonista do Roda de Entrevista especial, na próxima quarta-feira (4/), a partir de 20h, ao vivo na nova TBC. Junto com o apresentador Enzo de Lisita vão estar os jornalistas Jordevá Rosa, da TV Serra Dourada, e Susete Amâncio, da TBC. O programa coincide com a última semana de Marconi como governador de Goiás em seu quarto mandato.
Na sexta-feira (6), Marconi transfere o cargo para o vice-governador José Eliton. A tendência é que o atual governador se dedique mais ao PSDB Nacional, assumindo o comando do partido com a dedicação de Geraldo Alckmin à campanha presidencial. Marconi também deve dar mais atenção à sua campanha para o Senado.
A entrevista vai abordar o trabalho do governador nesta quarto mandato e como ele pretende tocar seu futuro político daqui para frente. Outro tema latente é a candidatura de José Eliton ao governo estadual. No cenário de hoje, o candidato tucano enfrentaria o senador Ronaldo Caiado (DEM) e o deputado federal Daniel Vilela (MDB), que não entraram em acordo e dividiram a oposição.
Desde que o jornalista João Bosco Bittencourt assumiu a presidência da Agência Brasil Central (ABC), a nova TBC fortaleceu o jornalismo e o Roda de Entrevista voltou a ser referência no meio político e jornalístico. O ex-senador Demóstenes Torres, o ministro Alexandre Baldy, o senador Alvaro Dias e o ex-prefeito Maguito Vilela já foram entrevistados no programa nesta nova fase.

Fonte:Jornal Opção

Simeyzon vai esperar até último minuto para decidir se deixa o PSC


Definição depende de escolha do partido sobre permanência – ou não – na base governista
Simeyzon Silveira | Foto: Alego
A uma semana do fechamento da janela partidária, o deputado estadual Simeyzon Silveira (PSC) ainda não definiu a qual partido estará filiado para disputa da reeleição.
Em entrevista ao Jornal Opção, Simeyzon disse que está aguardando até o último momento – prazo para definição é o próximo dia 7- para saber como seu atual partido “vai se portar”.
“Temos que avaliar a viabilidade eleitoral do partido, se tem chapa e possibilidade de coligação”, esclareceu. Segundo o deputado, o foco é que se permaneça na base.

Fonte: Jornal Opção

sexta-feira, 30 de março de 2018

Papa diz que Inferno não existe, só desaparecimento de pecadores

papa declaracao
Foto: Instagram



REINALDO JOSÉ LOPES
SÃO CARLOS, SP (FOLHAPRESS) -

 O jornalista e escritor italiano Eugenio Scalfari, 93, fundador do jornal La Repubblica, deixou muitos católicos perplexos ao publicar um novo relato de suas conversas com o papa Francisco nesta quinta-feira (29).
Entre outras coisas, o pontífice teria afirmado: "Não existe um Inferno, o que existe é o desaparecimento das almas pecadoras".
É a quinta vez que Scalfari, ligado politicamente à esquerda italiana e ateu, encontra-se a sós com o argentino e escreve a respeito. Francisco também já mandou uma carta longa e cordial ao La Repubblica, respondendo a uma série de perguntas do jornalista sobre fé e descrença.
Uma frase dessa missiva ficou famosa: segundo o papa, a misericórdia de Deus não teria limites, incluindo até as pessoas que não creem nele, as quais deveriam seguir sua consciência para discernir o bem e o mal.
"Acontece o pecado, mesmo para aqueles que não têm fé, quando se vai contra a consciência", escreveu ele na carta de setembro de 2013, durante o primeiro ano de seu pontificado.
Scalfari, porém, tem o hábito de não gravar as conversas e tampouco anota na hora o que o papa diz. Prefere "reconstruir" o conteúdo das falas de memória.
Por isso, a assessoria de imprensa do Vaticano já frisou diversas vezes que os textos do escritor não podiam ser tomados como transcrições completamente fidedignas de declarações de Francisco.
O alerta se repetiu após a divulgação do suposto teor da conversa mais recente. O porta-voz da Santa Sé, Greg Burke, afirmou em comunicado que as aspas saíram de um "um encontro privado, não [de] uma entrevista".
CASTIGOS
Ainda de acordo com Scalfari, que perguntou quais eram as punições reservadas aos condenados por Deus e onde eles eram castigados, o papa teria respondido:
"Eles não são punidos. Aqueles que se arrependem obtêm o perdão de Deus e se juntam às almas que o contemplam, mas aqueles que não se arrependem e, portanto, não podem ser perdoados, desaparecem".
O jornalista relata também reflexões de Francisco sobre o papel criador de Deus, que teria dado vida a um universo dinâmico e em constante evolução, e sua preocupação com "o continente agitado e atormentado da África". Para o pontífice, assenta-se ali um dos grandes centros da fé cristã na época atual.
A crença no Inferno é um ponto importante da doutrina católica sobre o destino do ser humano após a morte.
Antonio Socci, escritor e diretor de televisão que é um dos críticos mais severos do papado de Francisco na Itália, declarou em sua página numa rede social que o pontífice estava "sustentando teses heréticas" e que não conseguia entender como o argentino ainda estava à frente da Igreja.
Fonte:Diário de Goiás 

Prefeitura capacita servidores para utilização do sistema Hórus, novo modelo de farmácia será implantado




A Prefeitura de Águas Lindas de Goiás por meio da Secretaria Municipal de Saúde está realizando uma série de adequações no sistema de atendimento da rede municipal de Atenção Básica a Saúde. Dentro desta reformulação, a Secretaria fará a implantação de um novo modelo da farmácia para dispersão de medicamentos e insumos para as Unidades Básicas de Saúde através do sistema Hórus.
Com este objetivo, a Secretaria realizou na manhã desta quinta-feira (22) a capacitação dos servidores para utilização do Sistema Hórus que visa o gerenciamento de medicamentos e insumos utilizados e distribuídos em toda a rede. O secretário de Saúde, Eduardo Rangel, explicou. “A nossa intenção é a busca intensiva da qualificação da gestão de assistência farmacêutica na nossa rede de atenção básica de saúde. Com isto, a ampliação do acesso aos medicamentos da Atenção à Saúde, ofertados à população é nosso principal objetivo, por isto estamos implantando um novo modelo para a farmácia que será gerenciada pelo sistema Hórus.” Enfatizou o secretário.
O sistema estará interligado com o Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (DAF/SCTIE/MS) que disponibilizou a plataforma apresentada no Sistema Nacional de Gestão da Assistência Farmacêutica (Hórus). Sua disponibilização é regulamentada por meio das Portarias GM/MS nº 1.554/2013 e nº 1.555/2013.
A informação é que o sistema Hórus fará Identificação em tempo real dos estoques nos estabelecimentos de saúde que gerenciam medicamentos e insumos. Também facilitará a rastreabilidade dos produtos distribuídos e dispensados. Aumentará o controle e monitoramento dos recursos financeiros investidos na aquisição e distribuição dos medicamentos.
A geração do arquivo de autorizações de procedimentos ambulatoriais (APAC) para repasse de recursos financeiros é outro importante instrumento, pois trará a geração dos livros de medicamentos sujeitos a controle especial – Portaria nº 344/98 e , agendamento das dispensações, identificação da demanda de atendimento e da origem das prescrições, trazendo a indicação do perfil de acesso e utilização de medicamentos e insumos nos serviços na rede municipal de atenção básica a saúde.
O sistema contribuirá com a formação da Base Nacional de Dados de Ações e Serviços da Assistência Farmacêutica no SUS (Portaria GM/MS nº 271/2013), que auxilia o monitoramento e avaliação da assistência farmacêutica no país. Este sistema pode ser utilizado em diversos tipos de serviço que gerenciam medicamentos e insumos.
Da Assessoria de Comunicação da Prefeitura
Fotos: ASCOM

quinta-feira, 29 de março de 2018

Hildo do Candango e Luiz Alberto Jiribita mostram competência em gestão à frente da Prefeitura de Águas Lindas de Goiás


Prefeito Hildo do Candango  e vice prefeito Luiz Alberto JIRIBITA

Eleitos prefeito e vice-prefeito em 2012, e reeleitos em 2016, Hildo do Candango e Luiz Alberto Jiribita, mostram competência ao administrar uma das maiores cidades do Entorno do Distrito Federal. Com cerca de 300 mil habitantes e inúmeros problemas, Águas Lindas de Goiás saiu de uma situação caótica e entrou para a lista de uma das melhores cidades do estado de Goiás para se morar, isso se deve ao cuidado que essa dupla de administradores vem tendo ao longo destes mandatos.
Antes a cidade era um poço de irregularidades, descaso e abandono, hoje, o que se vê são ruas asfaltadas, muitas obras, zelo pelo erário público, uma população que aprova o governo devido às conquistas obtidas nestes cinco anos de administração.
O entendimento entre o prefeito e o vice, as tomadas de decisões, as idas e vindas aos órgãos Federais e Estaduais em busca de recursos e obras, o trato no atendimento público e a forma diferente de administrar, são algumas das marcas e do legado desta dupla que está mostrando aos demais gestores que prefeito e vice devem andar aliançados entre si e com o povo.
Desta união em prol do bem público, vêm os frutos que hoje toda população da cidade está colhendo, uma cidade que caminha cada vez mais para ter uma qualidade de vida melhor, onde todos os serviços públicos são oferecidos aos cidadãos. 


PSC -DF Pronto Para As Eleições 2018


O PSC-DF já está com a nominata consolidada para disputar as eleições de outubro. Ao todo são 85 pré-candidatos a deputado distrital e 20 no geral.  O presidente do partido no DF, Zenóbio Rocha, comemora o feito e agradece o empenho dos colaboradores do partido. “Após anos de muito trabalho e dedicação, finalmente construímos um partido sólido com grandes chances de emplacar até 3 distritais e 1 federal. O PSC cresceu, ficou forte e fará a diferença nestas eleições no DF”, afirmou Zenóbio.
 Fonte: Donny Silva

quarta-feira, 28 de março de 2018

MP-GO e Polícia Militar reiteram parceria em favor da segurança pública

No encontro, foram destacados dados da atuação conjunta das instituições
No encontro, foram destacados dados da atuação conjunta das instituições














A parceria entre o Ministério Público de Goiás e a Polícia Militar em prol da segurança pública no Estado foi reiterada na tarde desta terça-feira (27/3), durante audiência entre membros do MP-GO e o coronel Silvio Vasconcelos, comandante-geral da PM. Na reunião, foram apresentados dados da atuação conjunta e debatidas estratégias entre as duas instituições.
Representaram o MP-GO no encontro o procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres Neto; o subprocurador-geral para Assuntos Administrativos, Carlos Alberto Fonseca; o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), promotor Thiago Galindo, e o assistente policial militar do MP-GO, tenente-coronel Marco Túlio Pereira.

(Texto e fotos: Sarah Mohn/Assessoria de Comunicação Social do MP-GO)

Comissão especial aprova novas regras para criação de municípios

Reunião Ordinária

Michel Jesus/Câmara dos Deputados

Deputados e apoiadores da proposta comemoram aprovação


O projeto de lei complementar já foi aprovado no Senado e pode ser votado no Plenário da Câmara em maio

Diante de delegações de emancipacionistas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, comissão especial da Câmara aprova novas regras para a criação de municípios. Por unanimidade, o colegiado, presidido pelo deputado Hélio Leite (DEM-PA), acatou nesta terça-feira (27) um projeto de lei complementar (PLP 137/15) do Senado que prevê plebiscito e estudos de viabilidade municipal para criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios. 
Michel Jesus/Câmara dos Deputados
Reunião Ordinária
Deputados e apoiadores da proposta comemoram aprovação
Entre os novos critérios exigidos, está a necessidade de a população do novo município e do que foi desmembrado ser de pelo menos 6 mil habitantes, nas regiões Norte e Centro-Oeste. A população municipal mínima sobe para 12 mil habitantes no Nordeste; e para 20 mil, no Sul e Sudeste.

Para evitar atrasos na tramitação, o relator da proposta, deputado Carlos Henrique Gaguim (Pode-TO), rejeitou outros seis projetos de lei de deputados que tramitavam apensados à proposta do Senado. Gaguim também anunciou o apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, na busca pela aprovação definitiva do texto.

"O presidente Rodrigo Maia fez um compromisso com a gente de que, no dia 15 de maio, vamos votar no Plenário. Ele está estudando todo o projeto com as viabilidades técnica, jurídica e financeira que serão encaminhadas às assembleias legislativas. Não queremos criar novas despesa para o Brasil. Queremos melhorar o Brasil", explicou.

Vários deputados da comissão especial também anunciaram reuniões com a equipe econômica do governo Michel Temer a fim de prevenir eventuais vetos ao texto. A ex-presidente Dilma Rousseff chegou a vetar duas tentativas de regulação para a criação de municípios, sob os argumentos de redivisão do Fundo de Participação dos Municípios e de desequilíbrio nas finanças estaduais. Hoje, o Brasil tem 5.570 municípios.

A proposta em análise na Câmara prevê que o processo de emancipação deve ser iniciado com requerimento à assembleia legislativa do respectivo estado. O documento deve ser subscrito por 20% dos eleitores da área, em caso de criação ou desmembramento de município; ou de 3% dos eleitores de cada um dos municípios envolvidos, em caso de fusão ou incorporação.

Novos municípios
A coordenadora da Frente Parlamentar Mista de Apoio à Revisão Territorial dos Municípios, deputada Flávia Morais (PDT-GO), lembrou que os emancipacionistas não estão apenas em regiões isoladas do país. Flávia citou um exemplo no entorno do Distrito Federal. 
Michel Jesus/Câmara dos Deputados
Reunião Ordinária
Emancipacionistas lotaram o auditório Nereu Ramos, o maior da Câmara
"Em Goiás, nós temos exemplos próximos aqui do DF, como o Jardim Ingá, em Luziânia: um distrito com 90 mil habitantes, que tem condições de se emancipar. E isso vai trazer condições de vida melhores para as pessoas que vivem nessas comunidades", argumentou.

A votação da proposta foi precedida de intensa mobilização do movimento Emancipa Brasil, que trouxe à Câmara delegações de vários estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O coordenador do movimento, Antônio Pantoja, citou potenciais emancipações no Pará.

"O distrito de Icoaraci, que tem 400 mil habitantes, precisa ter a sua vida própria, precisa ser emancipado. Talvez o maior absurdo neste movimento seja o distrito de Castelo dos Sonhos, distante 1.100 km da sede do município. Quase quatro dias de deslocamento pela Transamazônica para se dirigir do distrito para a sede", afirmou.
Apoio
Os emancipacionistas lotaram o auditório Nereu Ramos, o maior da Câmara, para acompanhar a votação das novas regras de criação de municípios. Munidos de faixas e cartazes, eles comemoram a aprovação do texto cantando o hino nacional.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem - José Carlos Oliveira e Sílvia Mugnatto
Edição - Geórgia Moraes

terça-feira, 27 de março de 2018

Cristovam Buarque diz que avalia deixar a vida pública

Cristovam Buarque diz que avalia deixar a vida pública

Agência Senado
O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) avalia deixar a vida pública. O parlamentar tinha intenção de sair candidato ao Planalto nas próximas eleições, mas foi preterido no seu partido por uma aliança com o PSDB, cujo pré-candidato é o governador paulista Geraldo Alckmin.
Em entrevista ao Estadão/Broadcast, Cristovam, que já foi governador do Distrito Federal, ministro da Educação e candidato à Presidência, disse que pode também tentar a reeleição. Ele termina em 2018 seu segundo mandato no Senado, mas adverte que o País caminha para uma eleição “irracional” e que há outras formas de fazer política, fora dos cargos eletivos.
Ele faz críticas a Geraldo Alckmin, com quem o partido começou conversas para uma coligação. “Eu temo que o Alckmin tenha uma visão muito paulista do Brasil”, diz. Além disso, o senador afirma que a intenção do presidente Michel Temer em ser candidato à reeleição é uma “irresponsabilidade” com o País. “A partir de agora, o Temer é meio presidente porque a outra metade é candidato.”
Para Cristovam, o risco na eleição deste ano é que Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PSL), chamados por ele de “extremos”, estejam no segundo turno.
Confira os principais trechos da entrevista:
Estadão/Broadcast: Qual é sua definição para as eleições deste ano?
Cristovam Buarque: Eu tentei ser candidato a presidente pelo PPS, mas o presidente Roberto Freire não quer ter candidato próprio. Ontem, no congresso nacional do partido, foi aprovada uma indicação de diálogo com o Alckmin para tentar uma candidatura de centro que evite os extremos chegarem ao segundo turno, no caso o Ciro e o Bolsonaro. Mas o PPS não quer apoiar o Alckmin se ele não demonstrar que o seu programa, além de ser centro, traz esperanças novas para o Brasil. Qual é a proposta dele para a educação nacional? Eu pessoalmente temo que o Alckmin tenha uma visão muito paulista do Brasil.
Estadão/Broadcast: O que significa isso?
Cristovam: A insistência dele que a educação é uma questão municipal, e não nacional, é porque em São Paulo os municípios são ricos. No Brasil, se deixarmos nas mãos dos municípios, a educação vai continuar paupérrima. Nesse diálogo com o Alckmin, precisamos ver até que ponto ele se decide a nacionalizar a questão da educação.
Estadão/Broadcast: O senhor falará com ele?
Cristovam: As conversas do PPS com o Alckmin vão começar, e eu vou participar. Se o PPS não me colocar na conversa diretamente, eu vou participar indiretamente.
Estadão/Broadcast: Quando o partido deixou claro para o senhor que não lançaria sua pré-candidatura?
Cristovam: O presidente não falou para mim, mas negociou alternativas. Tentou o Luciano Huck, que não deu certo, e aí canalizou-se para o Alckmin. Desde o começo, a ideia era ter uma candidatura própria, e o congresso aprovou a ideia de diálogo com o Alckmin sem ao menos discutir candidatura própria. Seria bom o partido ter um candidato, levar as suas ideias para o povo. Roberto Freire teme que se pulverizem muitas candidaturas e os extremos chegarem ao segundo turno, no caso Ciro e Bolsonaro.
Estadão/Broadcast: Ciro e Bolsonaro são os extremos? E o PT?
Cristovam: Não vejo o PT com chance a não ser o Lula. Eu pessoalmente acho que a chapa será Ciro com o PT. Para mim será uma surpresa o PT sair com candidato próprio não sendo o Lula. Quando o Ciro foi para o PDT, acho que havia um acordo: se o Lula for candidato, o Ciro é o vice; se o Lula não for candidato, o PT indica o vice. O que me preocupa não é que sejam extremos, é que são extremos atrasados. Bolsonaro tem a nostalgia da ditadura. O Ciro e o PT têm a nostalgia da economia dos anos 1950, não perceberam ainda que a globalização limita as possibilidades da economia nacional se não for integrada. Eles não perceberam que a justiça social se faz com aquilo que a economia cria, e por isso a economia precisa ser eficiente.
Estadão/Broadcast: O senhor votou pelo impeachment de Dilma Rousseff. Como avalia a intenção do presidente Michel Temer de concorrer à reeleição?
Cristovam: Eu acho uma inconsequência com o Brasil porque isso vai jogar a economia em uma crise profunda, ainda mais que o Meirelles sai do Ministério da Fazenda para ser candidato também. A economia vai ficar entregue ao deus-dará. Ele vai ser candidato contra o presidente da Câmara [Rodrigo Maia-DEM], que é quem vota os projetos para a economia funcionar bem. E nem falo do ponto de vista que ele [Temer] não tem a menor chance. Ao ser candidato à reeleição, ele já não é tão presidente. A partir de agora, o Temer é meio presidente porque a outra metade é candidato. É uma inconsequência total, uma irresponsabilidade com o País.
Estadão/Broadcast: O senhor então vai tentar o Senado novamente?
Cristovam: Se eu for candidato, é ao Senado. Mas hoje eu estou refletindo se neste quadro que está aí se justifica ou não ser candidato. Por um lado, não ser candidato neste clima, sobretudo nos próximos quatro anos, pode ser entendido como um descuido com o País, que precisa de quadros com experiência. Por outro lado, tenho dúvidas se vamos ser capazes de pôr racionalidade no processo da campanha e no processo político depois. A política ficou muito irracional.
Estadão/Broadcast: O senhor vai deixar de concorrer a cargos públicos?
Cristovam: Tem muitas maneiras de fazer política. Você não cumpre um papel social só no Congresso, tem muitas maneiras, como escritor, como conferencista. Eu estou refletindo ainda.
Fonte: Estadao Conteudo

segunda-feira, 26 de março de 2018

ATUAÇÃO PARLAMENTAR

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A convite dos moradores da área rural Recanto dos Pássaros, o vereador Osmar Rezende participou de uma reunião onde os mesmos reivindicaram apoio para solução das demandas de cerca de trinta e cinco famílias, entre as quais pessoas portadoras de necessidades especiais, que vivem em condições precárias. Disseram que no momento o que mais precisam é do restabelecimento da rede de energia elétrica na região que foi retirada pela CELG deixando apenas os postes, alem disso, a comunidade sofre com a falta de água potável e o mal estado de conservação das estradas. Após ouvir atentamente cada morador o vereador Osmar Rezende se prontificou a marcar e acompanhá - los a uma audiência com o secretário de obras Dinando, o vereador ainda orientou a diretoria da associação de moradores a encaminhar ofício ao presidente da companhia de eletricidade solicitando a reconstrução da rede elétrica. Sensível as necessidades dos moradores da área rural, Osmar Rezende vêm trabalhando para melhorar a qualidade de vida dessa população com ações que visam o fomento das atividades produtivas rurais.

Sem prefeito, GDF paga gorda filiação à FNP

DO ALTO DA TORRE 

Sem prefeito, GDF paga gorda filiação à FNP
Foto: Renato Araújo/Agência Brasília
O governador do DF, Rodrigo Rollemberg, decidiu integrar a Frente Nacional de Prefeitos (FNP). A entidade, privada, se dispõe a fazer uma interlocução do governo com os três poderes no âmbito estadual e federal e com a sociedade civil organizada. Mas isso custa caro. O DF não tem prefeitura, mas o governo está convencido de que Brasília tem um papel duplo de município e unidade da Federação. Nota de empenho do dia 13 de março mostra o pagamento de R$ 162 mil à FNP para custear a filiação do DF junto a entidade.
Ligação política
O convite para a participação foi feito a Rollemberg em 29 de agosto de 2017, durante uma reunião do governador com o então presidente do grupo Jonas Donizette, colega de partido de Rollemberg.
Assinou tá assinado
No termo de filiação assinado pelo GDF, Rollemberg se compromete a contribuir financeiramente para a manutenção dos custos da entidade, de acordo com os valores fixados em assembleia de prefeitos e prefeitas, como prevê o Estatuto da Frente Nacional de Prefeitos.
Antes tarde do que nunca
As obras de arte especiais (OAE) DF, como viadutos e pontes, ficaram sem manutenção por mais de 50 anos, os reflexos começaram aparecer, como a queda de parte do viaduto do Eixo Sul, no mês passado, mas só agora o governo tratou de contratar uma instituição para dar cursos de capacitação em pontes de concreto armado e de estruturas mistas para os analistas do Departamento de Estradas e Rodagem (DER). A decisão foi publicada no Diário Oficial do DF e custará R$ 204.3 mil aos cofres públicos.
Fazenda de olho nos servidores
Começa hoje a instalação da plataforma que controlará a frequência dos servidores da Secretaria de Fazenda do DF. Todo o sistema será integrado com itens como coletor para controle de ponto; kit cadastramento de digital e cartão; software de controle de acesso e catraca para controle de frequência e acesso. O valor total do contrato para a implantação da sistemática de ponto no órgão será de R$ 336.515,00.
Foco no Roriz
O ex-distrital Paulo Roriz (PSDB) casou o filho neste final de semana, na Bahia, e aproveitou os dias no litoral para recarregar as energias e assumir a missão planejada pela sigla. De volta à Brasília nessa semana, Paulo Roriz será o principal candidato do PSDB para a Câmara dos Deputados.
Fonte:Jornal de Brasília

domingo, 25 de março de 2018

ATUAÇÃO PARLAMENTAR



A convite dos moradores  da área rural   Recanto dos Pássaros, o vereador Osmar Rezende  participou de uma reunião neste domingo (18), onde os mesmos  detalharam as demandas   e  necessidades da região,  citaram que no momento  o que mais precisam   é a extensão da rede de energia elétrica, para que todos os moradores sejam atendidos. Após ouvir atentamente cada morador, o vereador Osmar Rezende se prontificou em procurar os órgãos competentes e solicitar que seja feito o pedido da comunidade.
Osmar Rezende tem visitado  vários setores e bairros a pedido da comunidade, principalmente os da  área rural, onde  há muitos anos os moradores tinham dificuldade nos atendimentos, mas hoje podem contar com  um interlocutor  para levar até o executivo os problemas  existentes e cobrar a execução dos mesmos. Quando secretário de agricultura, Osmar Rezende exerceu uma gestão de conquistas para os produtores da agricultura familiar, onde conseguiu implementos, maquinários, utensílios, programas, projetos e obras na área rural.



sábado, 24 de março de 2018

Entrevista | José Eliton “Vou fazer um debate sobre Goiás sempre olhando para frente”

A poucas semanas de assumir o posto mais importante do Estado, vice-governador se diz pronto para suceder a Marconi Perillo e também para o debate com os eventuais adversários na corrida eleitoral
Foto: Fernando Leite/Jornal Opção











O verbo “construir” e suas variações talvez seja uma das maiores presenças nesta entrevista do vice-governador José Eliton (PSDB) ao Jornal Opção, a última grande sabatina antes de ele assumir o posto principal, com a desincompatibilização de Marconi Perillo (PSDB), no dia 7 de abril. Com dados abundantes e igual disposição, o futuro ocupante da cadeira principal do Palácio das Esmeraldas se mostrou realmente disposto a erguer pontes, tanto em relação à sociedade goiana como também com os aliados políticos – que andam se engalfinhando em busca de um lugar de destaque na chapa majoritária da base governista.
Por meio de números e estatísticas, ele busca derrubar um a um os questionamentos dos opositores, notadamente de Ronaldo Caiado (DEM). Aliado de Marconi por 16 anos e um dos responsáveis pelo lugar que o futuro governador ocupou na chapa encabeçada por ele em 2010, hoje o senador tem se mostrado um ferrenho antagonista do tucanato. Mas, com sólidos argumentos, José Eliton derruba uma a uma as acusações do democrata, que lidera as pesquisas de intenção de voto ao governo – fato que não assusta o entrevistado. “As pesquisas são uma fotografia do momento. E é fato que não tem havido nenhuma relação dessa fotografia com o resultado das eleições. ”
Augusto Diniz – O governador Marconi Perillo (PSDB) deve se desincompatibilizar até dia 7 de abril. Como está sendo a transição para a gestão José Eliton?
Estamos vivendo um momento muito tranquilo e saudável, a quatro mãos, tanto política como administrativamente. O governador Marco­ni tem noção exata de seu papel de estadista, que busca zelar pela estabilidade e pela governabilidade do Estado. Já vimos dialogando muito desde dezembro, numa ação conjunta para fazer tudo isso de forma harmônica, de modo a não criar solução de continuidade em programas importantes que estão em execução.
Da mesma forma, temos buscado o ambiente adequado para avanços conforme a visão de prioridades que terei a partir de abril, dentro de uma perspectiva de ter um documento norteador das ações, que é o plano de governo apresentado em 2014 e que queremos implantar em sua totalidade até o fim deste ano. Obviamente, a sociedade é dinâmica e temos a compreensão clara de que as demandas se alteram com o passar do tempo. Diante disso, estamos elegendo alguns tópicos como foco do governo, além de todas aquelas que já forma devidamente apresentadas e que, conforme a própria imprensa noticiou, coloca Goiás como o que mais executou percentualmente o que apresentou durante a campanha. Queremos chegar ao fim da atual gestão, se possível, com o plano de governo cumprido em sua integralidade.
Euler de França Belém – A segurança pública é uma preocupação central dos brasileiros. O sr. indicou uma pessoa, Irapuan Costa Junior, que já governou o Estado, integrou o Senado e que é um estudioso do assunto. Logo ao assumir, já conquistou o apoio da PM e da Polícia Civil. Está tomando medidas que parecem simples, mas que têm funcionado. Qual será a política para fazer avançar a segurança no Estado?
Primeiramente, é preciso fazer uma avaliação sobre a visão da população em relação às preocupações mais latentes. Em 2016, quando assumi a Secretaria de Segurança Pública, um veículo de comunicação impressa da capital publicou outra, que apontava que 79% das pessoas ouvida tinha a segurança como principal problema. Hoje essa preocupação, no caso de Goiás, caiu para o 3º lugar, com 29% – em 1º lugar aparece a saúde e, em 2º, a manutenção do emprego. O dado, por si só, já demonstra o acerto das políticas públicas implantadas de lá para cá: ao tirar a segurança do foco de principal preocupação, o cidadão basicamente reconhece os avanços nesse setor, que continuará a ser prioritário no governo.
No leque de prioridades que teremos, a principal será manter o equilíbrio fiscal. Sem saúde financeira, nenhuma das demais atividades tem condição de ser aplicada. Uma vez garantidas as condições básicas para o adimplemento do Estado para com suas obrigações, teremos condições de avançar nos programas a serem desenvolvidos. Dois pontos são fundamentais: um é a área de saúde e outro, a de segurança. Ao convidar o ex-governador Irapuan Costa Junior para compor os quadros do governo como secretário de Segurança Pública, fiz isso com forte convicção principalmente em sua capacidade técnica. É alguém que conhece a área como poucos, além de ser um homem estudioso e culto, que atuou com firmeza de propósitos quando governou o Estado. Sua biografia o credencia, principalmente diante do momento histórico que vive o Brasil. Além de tomar ações próprias do exercício como secretário, ele com certeza vai inspirar os mais novos para mostrar que, mesmo em um cenário de descrença, é possível fazer a política do bem, é possível tem homens e mulheres atuando com foco no interesse público. Foi justamente essa resposta que ele me deu ao aceitar o convite e que me deixou extremamente feliz, orgulhoso e convicto da decisão que tomamos. Ele nos disse que tinha a obrigação de servir ao Estado mais uma vez, mesmo tendo uma vida tranquila, social e economicamente, colocando-se à disposição para uma posição das mais espinhosas do governo, que é a área da segurança pública. Esse fato por si só demonstra sua grandeza.
Dentro da agenda da segurança, que já elegemos como prioritária no governo, temos de garantir a consolidação da agenda que já vinha sendo implementada e que é responsável pela redução dos indicadores de violência nesses dois anos. Talvez o grande desafio agora seja fazer encontrar a curva de queda de crimes praticados com a curva de sensação de segurança, que são situações distintas. Obviamente, é preciso implantar ações como as que já iniciamos, com a aquisição de novas tecnologias de combate ao crime e avançar as ferramentas de inteligência, para dar aos agentes mais condições de análise de cenário e mais volume de informações, com capacidade de processamento de maneira muito mais rápida, de modo a ter eficiência em especial no combate ao crime organizado.
Outra ação é o incremento de efetivo nas diversas forças policiais. Já são quase 6 mil homens e mulheres – entre Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, Polícia Técnico-Científica etc. – que foram incorporados nos últimos anos. Devemos abrir, ainda neste exercício, novos certames para continuar a recompor o efetivo.
O dr. Irapuan está ultimando um plano de segurança a partir do qual vamos implantar novas ações. Isso vem acrescer às experiências que temos desenvolvido nos últimos anos, além daquelas traduzidas por um programa de Estado que estamos elaborando e que visa o monitoramento, desde a concepção até a primeira infância, de todos os nascituros em Goiás, com foco bastante centrado na segurança pública. Dentro desse conjunto de ações, temos algumas prioridades relativas ao transporte público na capital, com ações de intervenção mais forte, para termos uma paz social que todos almejamos.
É importante destacar – para ilustrar, apenas – um dado que qualquer cidadão pode mensurar e visualizar rapidamente sobre o combate eficaz ao crime. Em 2016, tomando todos os jornais da época, observa-se que a cada duas semanas, pelo menos, havia um episódio do crime que ficou conhecido como “novo cangaço” – quadrilhas que explodiam agências bancárias no interior, faziam reféns e depois saíam em disparada. Não era possível combater isso apenas com homens e armas. Então, o que fizemos? Estabelecemos uma política focada em inteligência e tecnologia. Elaboramos um mapeamento com ação conjunta dos Estados membros do Pacto Integrador de Segurança Pública e resultado disso é que hoje praticamente não observamos nenhum indicador desse tipo de crime em Goiás. Ou seja, basicamente anulamos essas quadrilhas, realizando a identificação e a prisão de seus integrantes.
Tudo isso não pode ser feito com debates simplistas, para jogar para a plateia. É preciso fazer, sim, um debate conceitual, envolto em políticas de segurança pública. Nem vou me referir aqui às questões conjunturais de nosso Estado ou que dizem relação específica à estrutura do Direito brasileiro, que é outro elemento a ser discutido.
Augusto Diniz – Parte da opinião pública ainda questiona o motivo da troca de secretário, com a saída de Ricardo Balestreri. O que de bom teve na gestão de Balestreri e que pode ser aproveitado por Irapuan Costa Junior? E o que houve em termos de falhas?
Primeiramente, a decisão so­bre os cargos se dá conforme a visão daquele que está no governo, no caso específico – como es­tou fazendo a transição com o go­vernador –, daquele que tem uma visão própria a respeito das pri­oridades de cada área. Isso não me impede de destacar o belíssimo trabalho que o professor Ri­cardo Balestreri à frente da pasta, tanto que fiz a ele o convite para permanecer no governo, na condição de secretário-chefe do Ga­binete de Assuntos Estratégi­cos, para implantar políticas públicas que possam ser traduzidas em políticas de Estado e não de governo nas mais diversas áreas, inclusive a de segurança pública.
O discurso de Irapuan em sua posse demonstra identidade com muitos conceitos que já vinham sendo trabalhados por Balestreri. Um deles é a proximidade da polícia com o cidadão, que é uma frase que o novo secretário gosta de usar em seus pronunciamentos e era uma bandeira que vinha sendo levantada por seu antecessor. Claro que cada um vai avançar segundo seu próprio estilo.
Por outro lado, temos uma visão de operação muito mais forte, no que diz respeito aos processos internos das forças policiais por parte do dr. Irapuan. É justamente esse aspecto com que nos identificamos. Se alguém retomar o discurso de posse à frente da SSP em 2016 e, guardadas as questões de estilo de linguagem, vai observar que a linha principal é basicamente a mesma do discurso de Irapuan.
Patrícia Moraes Machado – Há uma expectativa muito grande, no meio político, sobre como o sr. vai se apresentar como gestor nos próximos oito meses, qual a identidade que vai ter sua administração. O que o sr. pretende afirmar como marca nesse período?
Quando eu destaco que a principal prioridade é a saúde financeira do Estado, eu me refiro a uma gestão baseada em princípios e valores fundamentais para a austeridade.
Patrícia Moraes Machado – Mas o cidadão vai sentir isso no dia a dia?
Com certeza. À medida que mantivermos a capacidade de desenvolvimento do Estado e fazendo intervenções tanto na saúde como na segurança pública, o cidadão vai sentir reflexos. Como governador, não há como fazer qualquer ação em qualquer área que seja se não tiver o orçamento equilibrado.
Patrícia Moraes Machado – O sr. acredita que o cidadão comum conseguirá entender esse caminho de prioridades? Afinal, ele quer ver o prato pronto na mesa dele.
O cidadão entende isso ao ver a viatura na rua, ao ser atendido pelo médico prontamente no hospital, quando vai ao terminal e percebe que está seguro, quando uma empresa se instala em sua cidade e gera empregos, quando a escola funciona bem e seu filho não deixa a aula. Isso com certeza impacta sua vida, mas a partir de condições de responsabilidade. Tem muita gente por aí que faz as propostas mais mirabolantes do mundo, mas, ao ser confrontado com o orçamento do Estado e todas as suas obrigações, não consegue explicar de onde vai retirar o dinheiro para todos os malabarismos que anuncia.
Já o que estou falando se baseia em ações concretas baseadas em prioridades concretas. Ou seja, quando me refiro à prioridade fiscal e financeira, me refiro a todas as demais, porque sem a primeira as demais não existem.
Patrícia Moraes Machado – Há um grupo de trabalho definindo uma linha para seu governo, que seria formada por seis metas, salvo engano. Essas metas já foram definidas?
Nunca discuti número de metas, se são 5, 6, 10 ou 20 metas, ou mesmo nenhuma. O que temos é um plano de governo aprovado em 2014, quando a população goiana elegeu o governador Marconi e a mim. Portanto, primeiramente vamos estabelecer o cumprimento desse plano de governo. Porém, temos uma sociedade dinâmica e com demandas que aparecem com o passar do tempo; temos também um governante que vai começar a administrar o Estado com sua visão de mundo e de prioridades. Em cima desses elementos, temos equipes trabalhando nas diversas áreas – além de segurança e saúde, também em educação, modernização, startups, inovação etc.
Eu tenho dois prazos, especificamente. O primeiro – a que terei de estar atento com 100% do meu tempo, do meu foco e das minhas ações – vai de 7 de abril a 31 de dezembro de 2018. É o tempo que vai completar os períodos de gestão do governador Marconi e o meu. Outro é o projeto que apresentaremos a Goiás e, caso os goianos o entendam como o melhor para o Estado, teremos outro prazo, a partir de 1º de janeiro de 2019 até 31 de dezembro de 2022. São dois momentos a discutir, um em função da desincompatibilização do governador Marconi e outro condicionado ao processo eleitoral.
Euler de França Belém – Uma das preocupações do tucanato em Goiás foi a de criar uma rede de proteção social – com programas como o Bolsa Universitária, por exemplo. O ajuste fiscal nunca sacrificou as pessoas que se enquadram nessa rede. O sr. pretende acrescentar algo a essa rede de proteção durante sua gestão?
O projeto já está em execução, mas será importante consolidar ainda mais essas conquistas, que são essenciais para a sociedade. Talvez pela origem do governador Marconi e a minha, também, temos sensibilidade muito grande com a imperiosa necessidade de geração de oportunidades. O governador tem em sua biografia, páginas escritas de um menino que deixou Palmeiras de Goiás, de uma família muito simples, que ajudava sua mãe a vender, que trabalhou no Canindé [bar que era situado na chamada Praça da Cirrose, no Setor Oeste] com seu pai e que teve de interromper uma faculdade de Engenharia por não ter condições de pagar. Quando teve oportunidade, ele fez a transformação na área social do Estado.
Quando Marconi assumiu o governo de Goiás, em 1999, o único programa social era a entrega de bolsas e alimentos, muitos destes deteriorados em função de ser adquiridos em diversos lugares do País. Hoje, o Renda Cidadã modificou o perfil social e econômico do Estado, gerando riquezas nos municípios, distribuindo renda e fomentando geração de empregos. Outro programa criado foi o Bolsa Universitária, que, ao final do semestre, terá atendido, 200 mil pessoas em todo o Estado. Tivemos ainda o Bolsa Futuro, que atendeu 500 mil pessoas com ensino profissionalizante. Temos o Cheque Reforma, que ajudou milhares de goianos, a melhorar suas condições de moradia e seremos o primeiro Estado do Brasil a zerar a acessibilidade residencial para famílias com integrantes que tenham algum tipo de necessidade especial. São também 6 mil cadastros feitos pelo programa Goiás na Frente – Terceiro Setor, uma agenda importantíssima. A UEG [Universidade Estadual de Goiás] se graduaram 100 mil pessoas, gerando uma série de oportunidades a elas. Tivemos agora o programa Goiás Sem Fronteiras, que encaminhou alunos da rede estadual de educação para intercâmbio nos Estados Unidos – faremos o mesmo também para a Espanha, o Canada e outros -, e está mudando perspectivas de mundo para esses estudantes. Essas conquistas devem ser preservadas.
Da mesma forma que para o governador Marconi, isso é muito caro para mim porque também venho de uma família simples. Estudei no Colégio Dom Prudêncio, escola pública de Posse, e vim para Goiânia. Andei de transporte público, como milhares e milhares de jovens fazem todos os dias. Tive a oportunidade de fazer um curso superior, depois ser eleito vice-governador e, a partir de abril, de ser governador do Estado. Meu foco não pode ser outro que não a geração de oportunidades para as pessoas, o que parece ser muito próprio daqueles que passaram por esse tipo de situação, não daqueles que nunca enxergaram o que é, de fato, passar dificuldades.
Euler de França Belém – Então os programas sociais serão aperfeiçoados?
Todos os programas sociais podem passar por aperfeiçoamento. O que fizemos no fim do ano foi isso: utilizar um programa já existente – o Cheque Reforma – para, após uma conversa com as Apaes [Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais] do Estado, definir pela priorização às famílias com necessidades. São aperfeiçoamentos que são feitos no dia a dia. Essa é uma agenda que manterei com muita força, é um compromisso que eu tenho. Porém, não há agenda mais libertadora do que a geração de empregos.
Marcelo Mariano – Qual é o tema que vai pautar os debates durante a campanha eleitoral: Será a segurança pública ou algum outro?
Vou levantar temas que considero importantes. Quero discutir o Estado moderno, a geração de oportunidades, a inclusão do Estado na economia do século 21, a necessidade de formar saber e não apenas transmitir saber. É preciso ter um Estado que desenvolva novos processos para agregar valor ao que produz, porque trabalhar apenas com a produção primária, apenas, limita a capacidade de desenvolvimento do Estado. Precisamos falar sobre investimento em inovação e tecnologia, em startups, no Estado como ente transformação na vida das pessoas.
Da mesma forma, também precisamos discutir as transformações na área da saúde. Eu vou apontar um norte claro dentro do que penso para Goiás. Espero que a política não descambe para argumentos vazios e baixos, e que os candidatos que se postam em outros campos entendam isso e tenham capacidade de debater com profundidade os diversos temas.
Patrícia Moraes Machado – Em toda campanha, a discussão da segurança recrudesce, sempre com a questão da falta de efetivo. O tema salarial também vem à tona, envolto a críticas. Há previsão de aumento? Como está a crise em relação ao piso salarial dos policiais?
Quem faz a assertiva em relação a um alegado piso de R$ 1,5 mil para policiais em Goiás ou faz por má-fé ou por desconhecimento. Não há tal piso no Estado. As pessoas tentam distorcer o que foi definido. Eu me recordo de estar sentado à mesa do salão verde do Palácio das Esmeraldas, com o então presidente do Tribunal de Justiça (TJ-GO), desembargador Leobino Valente, com o então procurador-geral de Justiça, Lauro Machado, o então secretário de Segurança Pública, Joaquim Mesquita, o governador Marconi e eu. Discutimos, na força-tarefa da segurança, algumas alternativas para incrementar o efetivo. Na balança entre garantir as conquistas para os diversos segmentos e a saúde do Tesouro estadual, tínhamos dificuldades em avançar na contratação de homens e mulheres para todas as forças policiais com o modelo que tínhamos. O impacto seria muito grande nas contas.
Então, o dr. Leobino e o dr. Lauro sugeriram modelar a questão, para que o Estado tivesse condição para contratar. Veio a criação do cargo de policial de terceira classe, com a remuneração de R$ 1,5 mil na época – hoje já é de R$ 1,8 mil, em função dos aumentos concedidos. Não se pode confundir isso com o salário-base da PM. O militar recebe essa remuneração durante os três primeiros anos, quando está sob estágio supervisionado e no primeiro ano de academia. Depois, entra automaticamente na carreira com salários que já são observados hoje, de mais de R$ 3 mil. Só que nenhum dos que diziam receber R$ 1,5 mil recebe menos de R$ 2,9 mil, porquanto têm todo um conjunto de situações que impactam em seus vencimentos. Foi uma política salarial feita para que tivéssemos condições de ampliar o efetivo. A partir daí, pudemos ganhar quase 6 mil novos profissionais nas forças policiais, quase 2,5 mil só na PM. Estão concluindo a primeira etapa de formação na academia e, a partir de agora, estarão nas ruas; depois, vão ter uma carreira como todos os demais.
Por isso digo que, quando alguém critica esse ponto, ou o faz por má-fé ou por ignorância. Espero que alguns desavisados da oposição venham debater isso conosco, porque farei questão de colocar tudo com muita clareza para a população fazer sua avaliação. Repito: foi uma construção conjunta entre os três Poderes para que pudéssemos criar essa alternativa.
Euler de França Belém – Os incentivos fiscais foram fundamentais para a economia goiana durante muito tempo. Eles ainda são? Como será de agora em diante?
Precisamos nos preparar para um cenário que não tenha o modelo atual, até mesmo porque, ao convalidar os incentivos, o Congresso também estabeleceu prazos de vigência para as diversas políticas do setor. Hoje Goiás é um pouco menos dependente dos incentivos em relação ao que éramos há 20 anos. Ainda é um importante instrumento de atração, mas temos uma economia muito mais sólida e saltamos de um PIB de pouco menos de R$ 20 bilhões para quase R$ 200 bilhões em menos de 20 anos, o que é extraordinário. Isso se deu, em muito, pela política de incentivos fiscais. Agora é hora de prepararmos as novas formas de atração de empresas. E para isso vale toda a série de elementos de que falei na questão anterior, que nos darão uma condição de competitividade diferenciada em relação aos demais Estados.
Futuro governador José Eliton fala à equipe do Jornal Opção: “Quem quer ser campeão não escolhe adversário”

“Quero discutir ideias para o Estado em alto nível”

Marcelo Mariano – O governador Marconi Perillo tem feito um trabalho muito bom para promover Goiás internacionalmente. Qual é a importância da parceria com outros países – como Israel, um grande polo de startups – para fomentar isso em nosso Estado?
Parece-me uma agenda fundamental. Temos hoje relação com mais de 160 países mundo afora. Nossa balança comercial é superavitária há quase 30 meses consecutivos e isso dado à capacidade de articulação do governador Marconi. Talvez isso tenha sido um diferencial importante de sua ação e visão, com o que compartilho integralmente. Eu mesmo já liderei várias missões internacionais, algumas de natureza comercial e outras institucionais.
Eu me recordo de duas missões particularmente importantes. A primeira foi para Nova Zelândia, Austrália e China, a partir da qual estabelecemos uma parceria para a universidade, em relação à produção de lácteos e carne de natureza caprina. A Fonterra, empresa neozelandesa, acabou por adquirir unidades em Goiás que hoje são referenciais. Temos uma fazenda produtora de leite no município de Mambaí, no Nordeste Goiano, que tem a maior produção mundial de leite por hectare. Em outra missão, na Rússia, conseguimos viabilizar um conjunto de ações para a Saneago e ampliamos nosso mercado de carne em diversos pontos do mundo.
Augusto Diniz – No auge da crise dos municípios, o programa Goiás na Frente causou uma surpresa positiva na sociedade goiana. Fazendo um balanço do andamento, o que foi efetivado e o que está atrasado em relação ao previsto?
Até dia 6 de abril próximo, vamos entregar aproximadamente R$ 4 bilhões em obras do programa Goiás na Frente, isso contando apenas a partir de janeiro. Em Santa Helena, estivemos para inaugurar a subestação local, que vai salvaguardar a estabilidade energética para toda a região Sudoeste. É um investimento privado, da Enel, mas que já constava do portfólio do Goiás na Frente, que prevê R$ 9 bilhões de investimento.
Estamos entregando 50 escolas padrão século 21; entregamos o presídio de Anápolis e, agora, o de Formosa; quilômetros e quilômetros de rodovias inauguradas por todo o Estado, mudando a paisagem logística de Goiás e garantindo um novo salto de desenvolvimento. Até o fim do ano, espero ter completado basicamente todos os investimentos públicos que estavam previstos. No caso específico da parcela destinada aos municípios, são R$ 500 milhões e já repassamos recursos a 144 prefeituras. Estamos com 101 municípios com processo já adiantado. Apenas um município do Estado não pleiteou recursos do programa, que foi Catalão [administrado por Adib Elias (MDB), oposição ao governo]. Creio que teremos cumprido grande parte do que foi lançado em 2017. Aliás, é importante destacar que, quando nós o lançamos, poucos acreditavam na dimensão que o programa tomaria. Tivemos o cuidado, tanto o governador Marconi como eu, de apresentar obra por obra do que seria feito, bem como a fonte do recurso. Se você voltar às páginas do Jornal Opção de janeiro ou fevereiro do ano passado, certamente vai observar cada uma das fontes de financiamento para execução.
Euler de França Belém – Por que em Formosa o prefeito Ernesto Roller (MDB) reclama que o dinheiro não chega?
Se ele apresentar os documentos e o projeto, conforme o requerido, a verba chegará conforme o estabelecido – como chegou a todos os municípios de todas as siglas partidárias. Como eu disse, 144 municípios já receberam obras. Já inauguramos obras em prefeituras geridas por diversos partidos políticos. Esse discurso cai por terra, não se sustenta, mas tem sempre um tempo de maturação para que o recurso chegue, é preciso respeitar todas as etapas.
Patrícia Moraes Machado – A Enel assumiu a Celg e até o momento não supriu a expectativa de melhorar o serviço de energia no Estado. Foi a melhor alternativa? 
Foi o caminho possível dentro da realidade em que a Celg se encontrava em janeiro de 2011. Fizemos uma readequação econômica da empresa naquele exercício – basta pegar o balanço do ano para ver o nível de recuperação. Naquele momento, priorizamos o pagamento de encargos da empresa e a retomada de investimentos. Todavia, iniciamos o processo de federalização – que não foi o clássico, mas um primeiro modelo, que depois foi replicado no Amapá – e depois veio a privatização. Penso que, no passar de alguns anos, o resultado para o cidadão e para a economia de Goiás será altamente benéfico. É preciso ter um prazo de maturação. A Enel investiu, ao longo do ano em que assumiu a Celg, R$ 800 milhões do total de R$ 2 bilhões que terá de aportar nos próximos anos. Os investimentos certamente terão impacto nos resultados dos serviços ofertados pela Enel.
Euler de França Belém – O sr. é pré-candidato a governador e seu grupo terá 20 anos de poder ao fim deste mandato. Isso depois de terem tirado outro grupo, que estava no poder havia 16 anos. O sr. não teme que a chamada “fadiga de material” possa fazer sua postulação ser derrotada?
Em hipótese nenhuma. Vamos para um debate conceitual: quais os avanços por que Goiás passou, quais as conquistas. Mas esse debate terá um limite, muito pequeno, até porque penso que o cidadão tem a referência do passado, porque é fundamental, mas as pessoas votam pensando no futuro. Quero estabelecer um diálogo com a sociedade de modo a mostrar o que penso para o amanhã, qual o Estado que eu quero para 2019, para 2022, para 2030 ou 2040, quais os nossos caminhos de desenvolvimento.
Nossos dois principais opositores tiveram oportunidades: um deles [senador Ronaldo Caiado, do DEM] está na política há mais de 30 anos, é de uma família oligárquica de Goiás, que na primeira metade do século passado dominou a política do Estado; quais serão suas ações e propostas? Não sei, mas o debate vai apresentar isso de forma muito clara. O outro pré-candidato [deputado federal Daniel Vilela, do MDB] representa um grupo que esteve no poder durante 16 anos e a população resolveu trocar aquele modelo de desenvolvimento. A partir de então, a economia observou um salto em Goiás. Será que as pessoas querem retroceder, olhar no que está no retrovisor e voltar para as políticas do passado, seja da primeira metade do século passado ou para aqueles 16 anos a que se fez referência? Ou quer consolidar as conquistas, modernizar e avançar ainda mais? Eu me proponho a fazer esse debate olhando para a frente.
Euler de França Belém – As pesquisas de intenção de voto, no momento, mostram o sr. em 3º lugar…
Há pesquisa para todo gosto. Tem pesquisa em que temos 6% e outras com 20%. Da mesma forma, o candidato que está na frente tem 40% em algumas e 28% em outras.
Euler de França Belém – Mas o que essas pesquisas captam, em sua opinião?
As pesquisas mostram apenas o retrato do momento. Cada pesquisa tem valor de acordo com a metodologia utilizada, de acordo com a área de abrangência. E parto do princípio de que todas sejam feitas de boa-fé. Essa “fotografia” do momento, mesmo porque – e o Jornal Opção publicou um Editorial recente sobre isso – não tem havido nenhuma relação dessa fotografia com o resultado das eleições.
Patrícia Moraes Machado – Um marqueteiro relatou que, em pesquisas qualitativas, está se demonstrando que a população quer novamente alguém com o perfil o Marconi Perillo de 1998. Como o sr. avalia isso?
É impressionante como isso vem realmente de maneira muito forte. Eu avalio isso como uma forma de reconhecimento do trabalho do governador. É um elogio monumental que a sociedade faz a ele. As pesquisas quali mostram que, mesmo os que são divergentes ou têm qualquer resistência ao governador, reconhecem os avanços de seus governos. É algo uniforme em todas as pesquisas. Isso me dá a compreensão de que o discurso da modernidade e do avanço é o que as pessoas esperam. Elas querem essa atitude e esse comprometimento. É nisso que quero inserir a discussão, em alto nível, debatendo os grandes temas para Goiás. Quero discutir ideias.
O destinatário das ações do governo – seja um morador de Goiânia, Catalão, Anhanguera ou Rio Verde – quer entender a visão dos que querem governar o Estado em relação ao processo de desenvolvimento. Será que está tudo errado? Será que quem quer entrar quer também trocar tudo? Ou vão querer consolidar as conquistas? Vão manter o Renda Cidadã, o Bolsa Universitária, vão alterar esses programas? Será que vão manter a política de saúde ou vão mudá-la? Outro dia eu vi um dos candidatos tendo a coragem de propor a construção de hospitais pré-moldados ou algo assim. Pensei, será que em pleno século 21 querem construir hospital de placa em Goiás? De qualquer forma, pelo menos externou sua posição. Esse debate é que vai desnudar os candidatos diante da opinião pública.
Marcelo Mariano – Quem o sr. preferiria enfrentar em um segundo turno, Caiado ou Daniel?
Vou repetir uma expressão do futebol: quem quer ser campeão não escolhe adversário.
Patrícia Moraes Machado – O sr. foi escolhido como vice-governador na chapa vencedora em 2010 como aliado de Ronaldo Caiado, que o indicou. O hoje senador ficou 16 anos nesse grupo, mas desde 2014 vem acirrando as críticas. Por que isso aconteceu?
Primeiramente, é preciso ressaltar que em 2010 o que houve foi uma construção partidária. Naquele momento, quando acabou a eleição, o DEM em Goiás tinha o vice-governador eleito, um senador da República reeleito [Demóstenes Torres], três deputados federais eleitos [Ronaldo Caiado, Vilmar Rocha e Heuler Cruvinel] e dois deputados estaduais eleitos [Helio de Sousa e Nilo Resende]. O que sobrou do DEM, hoje?
Patrícia Moraes Machado – Apenas ele [Caiado].
Será que os outros estão todos errados? Ter coerência é muito importante. Eu não fico flutuando de um lado para outro, tenho compromisso com ideias, com aquilo em que acredito. Não posso um dia falar mal de alguém, amanhã falar bem e depois de amanhã falo mal de novo. Não consigo compreender isso. Há poucos dias, li uma declaração do senador em relação a José Nelto [MDB, deputado estadual], em que o tachava de “desqualificado”, “mentiroso”, “caluniador”. Na terça-feira, porém, estavam de braços dados como se não houvesse nada. São conveniências que me deixam a pensar: será que vale tudo pelo poder? Eu nunca vou atacar o senador Caiado em sua pessoa, porque sei que tem virtudes também. Ele pode não ter a capacidade de compreensão do mundo como nós compreendemos, às vezes pode ter uma visão muito radical, sectária. Ele pretende que sua verdade seja absoluta, enquanto eu prefiro tê-la construída no debate. Vou governar para o grande pecuarista, mas também quero governar para o lavrador também; da mesma forma, quero dialogar com o empresário e com o trabalhador; tenho de ser capaz de dialogar com o MST [Movimento dos Trabalhadores Sem Terra], de sentar à mesa com os movimentos sociais, preciso construir uma agenda com os professores, com a academia. É preciso governar para todos, com olhar amplo, de Estado.
Patrícia Moraes Machado – Por que Caiado saiu da base?
Essa resposta só ele pode lhe dar.
Euler de França Belém – E sobre o deputado federal Daniel Vilela, que deverá ser o candidato do MDB ao governo de Goiás, o que o sr. pensa exatamente dele?
Daniel é um político jovem, que tem buscado sua qualificação por meio do conhecimento e tem tido uma atuação interessante em Brasília. Tenho muito respeito por ele e espero que possa participar do processo eleitoral dentro de um debate altamente qualificado e por meio do qual o cidadão possa ter acesso a boas teses e boas ideias.
Augusto Diniz – Sua pré-candidatura já está consolidada totalmente dentro da base governista ou ainda há questionamentos?
Uma candidatura não nasce de si mesma. Qualquer postulação que se arvora dessa forma não tem como ser bem-sucedida. Porém, se você voltar ao momento logo após as eleições municipais de 2016, verá que a primeira declaração do governador Marconi foi justamente esta: “José Eliton será nosso candidato a governador”. Fui conversar com ele depois para compreender essa posição e ele me disse que era preciso começar a pavimentar essa discussão. Então, me disse que eu estava preparado para governar o Estado e, então, disse a ele que iria me reservar o direito de avaliar a questão. Eu estava na Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (SED) e logo depois saí para a Segurança Pública, na qual fiquei muito focado. Logo depois, o PSDB também manifestou publicamente a mesma posição do governador. O mesmo fizeram também alguns partidos, em um terceiro momento. Em meados do ano passado, então, fui ao governador e comunique que começaria a trabalhar para consolidar aquela posição.
Dentro do cenário atual, estou iniciando o trabalho assimilando a indicação dos partidos. Alguns já fizeram isso formalmente e outros já estão encaminhando a decisão, já acertados. Deveremos ter uma aliança partidária extremamente significativa, talvez a maior que a base teve desde 1999. Tudo isso construído com muito diálogo e respeitando todas as posições.
Augusto Diniz – Como está sua relação com o presidente da Assem­bleia, deputado José Vitti (PSDB)? Há alguma aresta a aparar ainda?
Tive a oportunidade de ouvir o presidente Vitti. Conversamos bastante e colocamos nossas visões. Tenho certeza de que ele faz tudo para contribuir com nosso projeto. Da mesma forma, estamos dialogando com todos os grupos. Evidentemente, temos algumas dificuldades na composição – se tivéssemos dez vagas na chapa majoritária, estaríamos tranquilos em pré-campanha. Mas construir uma chapa ocorre sempre dessa forma, com vagas limitadas. Estou tendo muito cuidado para conversar com todos que estão na base e outros que não estavam e estão chegando, como o Solidariedade (SD) e o PCdoB. Nunca serei um elemento de imposição de quem quer que seja.
Euler de França Belém – Dois partidos grandes, o PP e o PSD, ainda não estão fechados com a base. O PP ameaça apoiar Daniel Vilela, bem como o presidente do PSD, Vilmar Rocha, também mostra que pode fazer esse caminho. Vão fazer falta se saírem da base?
Eu espero não os perder. Vou trabalhar muito, até o momento final, para que o PSD esteja conosco, bem como o PP. Respeito muito todos os partidos e suas lideranças. Sei que o senador Wilder Morais (PP) almeja ser candidato à reeleição e é um desejo lícito, legítimo, que ele possui. É preciso ter maturidade para compreender esse processo, mesmo porque no PP – e eu conheço o partido, porque o presidi – há uma ampla identificação com a base governista. Cabe ao PP resolver seus problemas. Cabe a mim manter o diálogo e deixar as portas abertas.
Com o PSD, da mesma forma, os prefeitos sempre manifestaram claramente sua ligação com a base do governo. Os deputados do partido têm suas declarações de apoio à base constantemente veiculadas, tanto de Thiago [Peixoto, deputado federal] como de Heuler [Cruvinel, também federal] e Francisco Júnior [deputado estadual]. Respeito as posições individuais de Vilmar Rocha e não cabe a mim fazer juízo de valor a respeito disso.
Euler de França Belém – Qual é o mo­tivo do contencioso entre vocês dois?
Não tenho contencioso algum com Vilmar. Respondo por mim, por meu sentimento, não posso fazer avaliação da parte de outra pessoa. O que posso fazer é o que sempre faço: toda vez que tive oportunidade, sentei e conversei. Não me cansarei de fazer isso, se preciso for, mais uma, duas ou dez vezes para discutir o projeto. Entretanto, é preciso que esse projeto tenha correspondência de pensamento, de sentimento. Sei respeitar esse particular.
Patrícia Moraes Machado – Como o sr. avalia a declaração de Ciro Nogueira [presidente nacional do PP], segundo a qual o grupo do governador Marconi e do sr. não teria cumprido os compromissos acertados com o partido?
Ciro Nogueira é um homem que eu respeito muito, por quem tenho um carinho profundo, e ele sabe disso. Sei das angústias por que ele deve estar passando para solucionar esse problema, pois precisa defender os interesses partidários. Por isso, compreendo suas afirmativas, ainda que possa haver uma ou outra imprecisão.
Euler de França Belém – Então a chapa para senador está definida, será mesmo com Marconi Perillo e Lúcia Vânia (PSB)?
Lúcia Vânia tem um histórico no Estado, primeiramente por sua folha de serviços. É uma parlamentar que sempre pautou suas ações em defesa dos interesses de Goiás e, por isso, tem todas as credenciais para ser nossa candidata. Da mesma forma, Marconi tem todas as credenciais para ser candidato ao senado, à vice-presidência ou à Presidência da República, só não pode ser candidato a governador ou a vice-governador, porque a lei não permite. O desafio na base é construir a convergência, o consenso. Vou trabalhar até o último momento para ter os partidos na base representados pelo projeto.
Marcelo Mariano – Quais os pré-requisitos que o candidato a vice-governador deva ter? Ele deverá vir de uma região específica, como o Entorno do DF ou do Sudoeste goiano?
Euler de França Belém – Em relação à vice, há vários nomes cogitados: Hildo do Candango (PTB), representante do Entorno do DF; Raquel Teixeira (PSDB), representante da Educação; Thiago Peixoto, que é de Goiânia e um deputado qualificado; Heuler Cruvinel (PSD), do Sudoeste do Estado. Como o sr. vê esses nomes?
A resposta é basicamente a mesma em relação ao Senado. É uma construção que parte de uma análise de cenário, de quadros relativos a pesquisas qualitativas e quantitativas. É preciso analisar composição partidária, que é uma variável importante. O critério regional também deve ser levado em consideração, mas talvez hoje a discussão maior seja centrada na representatividade dos diversos partidos que compõem nossa base. Precisamos construir essa chapa com todas as vagas distribuídas de modo a abrigar todas as siglas, mesmo porque temos um cenário bem diferente em relação aos dois pré-candidatos da oposição: temos quadros muito bons. Eu poderia citar com tranquilidade pelo menos dez nomes que seriam excepcionais candidatos a vice-governador; mais dez ou vinte nomes que poderiam concorrer às vagas para o Senado ou suas suplências. Enquanto isso, a oposição busca no laço elementos para compor sua chapa majoritária. Reconhecemos as credenciais de cada um dos aliados envolvidos no processo, primeiramente; e, em segundo lugar, temos capacidade para dialogar.
Da mesma forma, o deputado Jovair [Arantes, do PTB] ficou responsável por já estabelecer o diálogo para a construção da chapa proporcional para a Câmara. Vamos trabalhar para eleger 13 ou 14 deputados federais. Só isso já sinaliza claramente o potencial da base para as eleições de 2018.
Patrícia Moraes Machado – Todos sabem de sua qualificação e capacidade. Mas há um fantasma: o estigma de Alcides Rodrigues [vice-governador de Marconi entre 1999 e 2006 e depois governador eleito pela base entre 2006 e 2010]. Quais são as diferenças básicas entre o sr. e o ex-governador?
Augusto Diniz – Há algum tempo de que o sr. possa ser o próximo Alcides, rompendo com Marconi depois?
Toda pessoa escreve sua própria história, por suas letras e suas convicções. Essa comparação não é pertinente, mesmo porque o ex-governador Alcides teve sua trajetória, a qual respeito. Não faço críticas à pessoa dele e penso que, como político, tomou suas decisões conforme considerou corretas. Eu haverei de tomar as minhas, não delegarei o governo a ninguém. É muito difícil conseguir construir a alternativa de se tornar governador de um Estado, buscando acertar, com uma agenda importante para a sociedade, e, dentro desse contexto, delegar tudo isso para outrem. Isso, sim, eu considero desrespeitoso com a população. Vou ter meus acertos e eventualmente me equivocar, mas sempre dentro do que eu achar que seja pertinente. Minhas cartas e meus artigos sempre foram escritos por mim, nunca por um “ghost-writer”.
Euler de França Belém – Qual será sua política para o Cerrado? E o que o sr. pensa em termos de manejo das águas?
Vou começar respondendo do micro para chegar ao macro. Recentemente tivemos um estudo profundo sobre a Bacia do Meia Ponte, para avaliar os riscos eventuais em relação ao abastecimento de água da região metropolitana de Goiânia. Ao discutir isso no âmbito da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima), chegamos à conclusão de que seria necessário antecipar ações para garantir o ambiente adequado para que, mesmo em um cenário de crise hídrica – que é o que se apresenta para este ano –, possamos evitar o desabastecimento na capital e municípios vizinhos. Compartilhei esses estudos com o governador Marconi e achamos por bem antecipar medidas, editando um decreto de segurança hídrica, como parte de uma agenda fundada em estudos técnicos e científicos.
Dentro do decreto há medidas como a mitigação de outorgas para estação de água para irrigação em determinadas regiões da bacia. Mais do que isso, estamos discutindo internamente – como sugestão do deputado Roberto Balestra (PP) – uma forma de fomentar novas tecnologias de irrigação que gerem menor impacto, como o gotejamento, por exemplo. Esses elementos demonstram a preocupação com o abastecimento, claramente, mas também com a preservação dos mananciais.
O Cerrado tem talvez a maior biodiversidade de fauna e flora do País. Mas é preciso ter uma racionalidade nessa preservação. Fico preocupado quando começamos a ter um discurso muito radical acerca de alguns temas. A ampliação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros é um exemplo: qual o critério que foi utilizado? Recentemente tivemos um grande incêndio na região, para o qual foi mobilizada a atenção do País inteiro, com manifestação de artistas mundo afora em relação àquela reserva. O parque teve sua área praticamente triplicada, mas a União não atua para o proteger efetivamente em suas demandas, como com o turismo sustentável – que seria a saída para o desenvolvimento dos municípios abrangidos, caso contrário sofreriam um processo de atraso histórico.
Outro elemento importante são os mananciais do Estado. Eu poderia citar o Rio Paranã [no Nordeste goiano], como o Araguaia, o Verdão [no Sudoeste goiano] e outros tantos. Alguns abastecem cidades outros são cartões postais. Em meio a isso, coloca-se uma situação muito passional. Eu me recordo do canal construído com o desvio das águas do Araguaia e cujas imagens rodaram o Brasil inteiro. É algo que impressiona, mas tecnicamente qual é impacto que haveria sobre o Rio Araguaia? É um rio que é considerado patrimônio dos goianos, o que condiciona uma atitude refrataria a qualquer intervenção no curso. Porém, é preciso ter capacidade de compreender que o manancial se situa em uma região fértil, com um potencial econômico monumental e que pode produzir alimentos de forma grandiosa. O que é preciso é ter condição técnica para explorar a biodiversidade, as águas, sem comprometer um rio tão importante para Goiás. Ou seja, é preciso ter uma política de preservação ambiental clara, mas com a visão de que é preciso garantir o desenvolvimento econômico de todas as regiões. Essa equação é difícil, mas é preciso ter coragem para debater caso a caso.
Euler de França Belém – O senador Ronaldo Caiado tem insistido em dizer que seu grupo está deixando o Estado superendividado. Como é a história desse endividamento? Quantos empréstimos Goiás fez e qual sua capacidade real de endividamento?
Nessa matéria, o senador Caiado deveria estudar mais antes de se pronunciar de maneira tão equivocada. Basta tomar um indicador, no que diz respeito à relação dívida/receita, para observar o equívoco. Mas não sei se é mesmo um equívoco ou apenas má-fé, ao tentar transformar algo tão objetivo em um debate eleitoral.
O primeiro dado palpável é que o governo nunca atrasou suas obrigações com relação à folha de pagamento. Como esse Estado pode estar quebrado? Sobre a relação dívida/receita, em 1999, quando Marconi assumiu, nós precisávamos de 3,4 anos de arrecadação para pagar a dívida do Estado. Quase 20 anos depois, precisamos de 0,98 – ou seja, menos de um ano de arrecadação – para pagar toda a dívida. Onde ele enxerga que o Estado está quebrado? São números que estão disponíveis no Tesouro nacional, no balanço do Estado, qualquer um pode ter acesso. Ou seja, é um argumento apenas para jogar para a plateia.
Por decisão própria, temos um orçamento muito enxuto para este ano, porque o custeio do Estado é uma realidade e o governador Marconi pagou, em seus dois primeiros mandatos, quase R$ 40 bilhões em dívidas feitas por governos anteriores. Temos ainda um saldo fiscal de aproximadamente R$ 640 milhões para tomada de empréstimo, conforme o plano de ajuste fiscal celebrado entre a União e o governo de Goiás. Esses dados, por si só, já destroem esse argumento falacioso. Por isso, entrevistas como esta, com essa dimensão, são importantes, para que o cidadão possa fazer sua avaliação acerca do comportamento de cada um, se é para construir algo ou apenas para criar factoides.
Euler de França Belém – O deputado José Nelto está fazendo uma lista de obras inconclusas do governo de Goiás, como o Centro de Convenções de Anápolis, bem como o aeroporto de cargas e os hospitais regionais de Uruaçu e Santo Antônio do Descoberto. Como o sr. responde a esses questionamentos?
O deputado está convidado, então, para dia 6 estar em Anápolis para a inauguração do Centro de Convenções. Sobre o aeroporto de cargas, pesa uma liminar a respeito de impacto ambiental das obras. Já em relação ao hospital de Uruaçu, vamos inaugurar nos próximos meses; sobre a unidade de Santo Antônio do Descoberto, era uma unidade municipal que depois foi federalizada, com obras paradas durante muito tempo. No fim do ano passado, o governador Marconi assumiu a obra e teve todo um trâmite burocrático de transferência do hospital. Agora, retomamos a construção. Ou seja, o Estado assumiu algo que não era dele.

“Vamos ter um foco muito forte na pacificação do transporte público”

A secretária Vilma Barbosa questiona o vice-governador sobre seu plano de gestão
Vilma Barbosa é secretária do Jornal Opção e há 20 anos trabalha em Goiânia morando em Goianira. Uma reclamação constante que fez é em relação a assaltos nos terminais de transporte, o que, segundo ela mesma, melhorou nos últimos tempos, com a nova política de segurança pública. Durante a entrevista de José Eliton à equipe do jornal, ela teve a oportunidade de questionar o vice-governador sobre essa e outras questões.
Para chegar ao trabalho, por muito tempo eu tive de tomar três ônibus. Quando chegava ao Eixão [Terminal Padre Pelágio], as pessoas muitas vezes saíam correndo pela plataforma e eram frequentes os arrastões. Já assisti gente tendo aparelho celular sendo tomado, já vi gente apanhando de outra pessoa do meu lado. Agora, temos policiamento nos pontos de ônibus e a situação tem melhorado um pouco, mas é preciso melhorar mais. Qual é sua proposta para que isso possa assim ocorrer?
Muito interessante o que a sra. me diz. Moro em um prédio e, outro dia, estava descendo e uma sra. que trabalha lá e ela me disse “olha, dê uma melhorada boa nessa questão dos terminais, temos sempre problemas em relação a isso”. Nesse sentido, o dr. Irapuan está correto ao implantar essa política nos terminais. É uma política que agora vamos estabilizar, mas que, por problemas de efetivo, não tínhamos como ampliar. Com 2,5 mil homens que agora estarão entrando em serviço, após sua formação na academia, a SSP ganha condições de estabelecer um policiamento específico para o transporte público, que é uma preocupação muito grande para o governo. Se por um lado conseguimos diminuir crimes como homicídio, furto ou roubo de veículos e o novo cangaço – típicos de organizações criminosas –, por outro, estamos melhorando a atenção ao crime que influi mais na sensação de segurança – que é exatamente esse de furtos e roubos nos terminais ou nas residências.
E especificamente sobre o transporte coletivo, o que o sr. tem a dizer?
Dentro do Plano de Segurança que estamos ultimando devemos ter um foco muito forte na pacificação do transporte público. Será uma agenda permanente nos terminais, com forças policiais para dar aos usuários do sistema a tranquilidade necessária. Eventualmente isso poderá incomodar alguns, até porque, para efetuar o trabalho de segurança, a polícia precisa ter espaços abertos e campo de visão claro. Teremos também agentes policiais transitando à paisana nos diversos veículos de transporte, dentro do trabalho de inteligência que queremos desenvolver. Então, quero voltar aqui e encontrar a sra., para perguntar se melhorou a situação e se aumentou a sensação de segurança.
Outra questão é sobre a segurança para o deslocamento para a escola e mesmo na própria unidade. Eu tenho um filho de 17 anos que vai para a escola à noite e eu não consigo dormir enquanto ele não chega em casa. Como devolver essa tranquilidade para as mães?
Criamos a unidade do Batalhão Escolar e a aperfeiçoamos, fazendo um trabalho conjugado à Secretaria do Estado da Educação (Seduce) na rede estadual. Os resultados são fantásticos nessa área. Mas a mãe fica em casa sem dormir porque, em sua cabeça, não tem certeza do que está acontecendo com o filho dela. Mas basta pegar estatisticamente os resultados para observar os avanços significativos.
A saúde pública está precária, estamos sofrendo muito e precisando de alguém com pulso firme para resolver o problema. 
É impressionante a confusão que as pessoas têm em relação à saúde – sobre o que é competência do governo do Estado ou do município. As unidades de saúde sob a responsabilidade do Estado são os grandes hospitais, com medicina de média e alta complexidade – Hugol, Crer, Hugo, HGG. Já a responsabilidade do município recai sobre a saúde básica, nos postos de saúde, Cais e UBSs. O que temos hoje, então? Dos usuários dos hospitais estaduais, 93% de média de satisfação com o atendimento – e posso falar isso com muita tranquilidade, porque, quando sofri um atentado [em outubro de 2016, no fim da campanha para as eleições municipais, durante carreata em que foi atingido por um tiro, em Itumbiara; o atirador acabou morto, mas matou o então candidato a prefeito Zé Gomes], fui atendido no Hugol, um hospital público com uma qualidade de atendimento excepcional.
Da mesma forma, alguém que for atendido no Crer, vai perceber o nível altíssimo de atendimento – não é coincidência que a acreditação da unidade é a máxima no índice da ONA [Organização Nacional de Acreditação]. Dos 12 hospitais públicos acreditados no Brasil, 5 são em Goiás.
Ocorre que o cidadão que se dirige ao Cais, muitas vezes não recebe o primeiro atendimento, muito menos a consulta ou a cirurgia – lembrando que, pelo SUS, toda a regulação é competência do município. Não tem médico para atendê-lo. A pessoa fica revoltada e diz que a saúde está um caos. Só que não sabe diferenciar o que é unidade do Estado e o que é do município.
Estamos ultimando os acertos, primeiramente na parte jurídica e burocrática. Já temos recursos, estabelecidos por orçamento como prioridade, para ampliar ações que, apesar de não ser responsabilidade do Estado, impactam a vida do cidadão: cirurgias eletivas. Vamos avocar para nós algumas situações e utilizar a rede estadual já existente para tentar reduzir a fila de procedimentos eletivos em Goiás. Vamos iniciar esse processo muito em breve, assim que as condições estruturais estiverem prontas, espero que até meados de abril.
Outra ação é de impacto muito importante na vida do cidadão e que tem um custo razoavelmente alto, mas que resolvemos bancar: é a criação do chamado “terceiro turno” de atendimento. Se alguém estiver trabalhando em horário comercial e sentir alguma dor, provavelmente vai ter dificuldade para sair e se dirigir ao consultório. Estamos estabelecendo, então, que na rede estadual – excetuando-se os hospitais de urgência –, as pessoas poderão ir depois das 18 horas para fazer sua consulta, ser atendido e ser submetido a exames, se for o caso. Isso vai dar ao trabalho a condição de fazer sua consulta e vai desafogar o fluxo durante o dia nos diversos locais de atendimento. Nenhuma das situações é de competência do Estado, mas queremos avançar para melhorar a saúde do goiano.
Foi possível tornar o Estado de Goiás um “case” de sucesso na área, no que diz respeito à medicina de média e alta complexidade, tanto é que praticamente todos os secretários estaduais de Saúde para conhecer nosso modelo. Portanto, nosso principal objetivo é manter as conquistas e aprofundar em outras.

Fonte:Jornal Opção