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Giovanna Romano
O futuro ministério de Jair Bolsonaro (PSL) tem generais, economistas, políticos, um ex-juiz, e até um astronauta. Em comum, todos compartilham de opiniões similares às do futuro chefe.
A composição do gabinete já frustrou uma expectativa que o próprio Bolsonaro criou durante a sua campanha. Se ele prometia ter não mais que quinze ministérios, o futuro presidente já anunciou 19 nomes entre futuros ministros e auxiliares com o mesmo status.
Mesmo com a fusão de pastas, o númesro ainda deve aumentar, já que postos-chave da administração federal ainda precisam ser anunciados. O presidente eleito pretende anunciar todos os nomes até o dia 12 de dezembro.
Conheça abaixo a trajetória de cada ministro (quilometragem política), o dinheiro disponível de cada pasta segundo a proposta orçamentária de 2019 (poder de octanagem), os envolvimentos em investigações e suspeitas (“lojinha de inconveniências”) e frases que resumem o pensamento do primeiro escalão do próximo governo.
Paulo Guedes (Economia)
Quilometragem política: Economista com PhD pela Universidade de Chicago, sua experiência é no setor privado, onde atuava no mercado financeiro como sócio de um fundo de investimentos. Aproximou-se da política em 2017, quando flertou com Luciano Huck, quando o global ainda avaliava lançar-se candidato. Depois, aproximou-se do grupo de Bolsonaro com a defesa do liberalismo e tornou-se seu guru para assuntos econômicos.
Poder de octanagem: Terá a chave do cofre de todo o governo, mas terá à sua disposição R$ 40.570.410.240, levando em conta os orçamentos previstos para os ministérios da Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio, que serão fundidos na nova pasta.
“Lojinha de inconveniências”: Investigado pelo Ministério Público Federal por suspeita de fraudes em negócios com fundos de pensão estatais. Ele nega qualquer irregularidade.
Onyx Lorenzoni (Casa Civil)
Quilometragem política: Veterinário formado pela Universidade Federal de Santa Maria, está no quarto mandato de deputado federal pelo DEM-RS. Desde a campanha, é um dos auxiliares mais próximos de Bolsonaro.
“Lojinha de inconveniências”: Foi citado na delação da JBS como beneficiário de 100 mil reais em caixa dois na campanha de 2014.Quero pedir desculpas ao eleitor que confia em mim pelo erro cometido. Estou assumindo aqui como um homem tem de fazer.
Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública)
Quilometragem política: O ex-juiz federal ganhou projeção ao liderar a operação Lava Jato e condenar à prisão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Poder de octanagem: R$ 17,7 bilhões, levando em consideração a fusão do Ministério da Justiça e do Ministério da Segurança Pública.
“Lojinha de inconveniências”: Responde no Conselho Nacional de Justiça por levantar às vésperas do primeiro turno o sigilo da delação do ex-ministro Antonio Palocci, considerado prejudicial ao PT; e pelo episódio em que atuou para impedir a libertação do ex-presidente Lula, que havia conseguido um Habeas Corpus durante plantão judiciário.
Ernesto Araújo (Relações Exteriores)
Quilometragem política: Diplomata e formado em Letras pela Universidade de Brasília, foi embaixador e diretor do Departamento dos Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos do Itamaraty. Foi indicado com o apoio do intelectual ultraconservador Olavo de Carvalho.
Poder de octanagem: R$ 3,7 bilhões
Tereza Cristina (Agricultura)
Quilometragem política: Líder da bancada ruralista, a engenheira agrônoma é deputada federal pelo DEM-MS.
Poder de octanagem: 11,1 bilhões de reais
“Lojinha de inconveniências”: Concedeu incentivos fiscais ao enrolado grupo JBS enquanto era secretária de Desenvolvimento Agrário e Produção do Mato Grosso do Sul. Ela nega qualquer irregularidade.
Luiz Henrique Mandetta (Saúde)
Quilometragem política: Médico ortopedista e deputado federal por dois mandatos pelo DEM-MS, foi secretário de Saúde de Campo Grande.
Poder de octanagem: R$ 129,8 bilhões
“Lojinha de inconveniências”: Investigado por tráfico de influência, suposta fraude de licitação e caixa dois em um contrato para informatizar o sistema de saúde de Campo Grande no período em que foi secretário. O futuro ministro nega a acusação.
Ricardo Veléz Rodriguez (Educação)
Quilometragem política: Professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, o colombiano foi indicado com apoio da bancada evangélica e de Olavo de Carvalho.
Poder de octanagem: R$ 121,9 bilhões
Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia)
Quilometragem política: Engenheiro aeronáutico pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica, o tenente-coronel foi o primeiro brasileiro a ir ao espaço. Disputou sua primeira eleição em 2014, para deputado federal, mas foi derrotado. Este ano, foi eleito suplente do futuro senador Major Olímpio.
Poder de octanagem: R$ 15,3 bilhões
“Lojinha de inconveniências”: Foi investigado pelo Ministério Público Militar por infração ao Código Militar por supostamente ser sócio de uma empresa — o que é vedado. Ele negou qualquer irregularidade.
General Fernando Azevedo e Silva (Defesa)
Quilometragem política: Foi chefe do Estado-Maior do Exército e, ao passar para a reserva, tornou-se assessor do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. Chefiou a Autoridade Pública Olímpica no governo de Dilma Rousseff e foi ajudante de ordens do ex-presidente Collor. No governo Lula, foi assessor parlamentar do Exército no Congresso.
Poder de octanagem: R$ 107 bilhões
Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura)
Quilometragem política: Engenheiro civil pelo Instituto Militar de Engenharia e formado em Ciências Militares pela Aman, foi diretor-executivo e diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) durante governo de Dilma Rousseff (PT) e coordenou o Programa de Parceira de Investimento (PPI) de Temer.
Poder de octanagem: R$ 19,6 bilhões
Almirante Bento Costa Lima (Minas e Energia)
Quilometragem política: Diretor-geral de desenvolvimento nuclear e tecnológico da Marinha. Está à frente do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) e já atuou como assessor parlamentar do gabinete do Ministro da Marinha no Congresso Nacional
Poder de octanagem: R$ 9,9 bilhões
Marcelo Álvaro Antônio (Turismo)
Quilometragem política: Presidente do PSL em Minas Gerais, já foi vereador em Belo Horizonte e o deputado federal mais votado do estado, com 230 mil votos.
Poder de octanagem: R$ 559,2 milhões
Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional)
Quilometragem política: É o atual secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional e é servidor de carreira do Ministério do Planejamento. Formado em Engenharia da Computação (Unicamp) e Direito (UniCeub).
Poder de octanagem: R$ 12,7 bilhões, levando em conta as previsões orçamentárias para os ministérios das Cidades e da Integração Nacional, que serão fundidos na nova pasta.
Osmar Terra (Cidadania)
Quilometragem política: Médico, é filiado ao MDB desde 1986 e foi ministro do Desenvolvimento Social e Agrário no governo Temer até abril deste ano. Está no quinto mandato como deputado federal pelo RS. Também foi secretário estadual de Saúde e prefeito de Santa Rosa (RS).
Poder de octanagem: R$ 503 bilhões, levando em conta os orçamentos previstos para os ministérios da Cultura, do Esporte e do Desenvolvimento Social, que serão fundidos na nova pasta.
Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência)
Quilometragem política: O advogado foi o principal coordenador de campanha de Bolsonaro e presidiu o PSL até a eleição do capitão.
General Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional)
Quilometragem política: Formado pela Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), já foi comandante militar da Amazônia. Filiado ao PRP, chegou a ser cotado para a vaga de vice de Bolsonaro e é aliado de primeira hora do presidente eleito.
General Santos Cruz (Secretaria de Governo)
Quilometragem política: Aspirante a oficial de Infantaria pela Aman e engenheiro civil pela PUC-Campinas. Após ser comandante da 2ª Divisão de Exército, foi para a reserva e tornou-se assessor especial da Secretaria de Assuntos Estratégicos em 2012. Em 2013, foi convocado para comandar missão de paz na República Democrática do Congo.
Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União)
Quilometragem política: Assumiu como ministro da Controladoria-Geral da União em maio de 2017, durante o governo de Michel Temer (MDB) e continuará no mesmo cargo no novo governo. Ele tem mestrado em combate à Corrupção e Estado de Direito pela Universidade de Salamanca e em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília.
Poder de octanagem: R$ 1 bilhão
André Luiz de Almeida Mendonça (Advocacia-Geral da União)
Quilometragem política: É o atual assessor especial do ministro Wagner Rosário (CGU) e é funcionário de carreira da Advocacia-Geral da União, que comandará a partir de 2019. Mendonça é formado em direito pela Faculdade de Direito de Bauru.
Poder de octanagem: R$ 3,8 bilhões
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