O governador eleito já teria quase todo o secretariado devidamente anotado. Ele vai cobrar perfil técnico inclusive dos que forem políticos
Assim que voltar de sua viagem à Inglaterra, o governador eleito de Goiás, Ronaldo Caiado, vai desenrolar um dos dramas shakespearianos de sua futura gestão: a montagem da equipe de governo (o presidente Jair Bolsonaro e os demais governadores já estão com suas equipes praticamente montadas, notadamente o seu núcleo). Aliados dizem que ele já está com secretariado devidamente anotado. Só falta divulgá-lo. Mas seus apoiadores, pressionados pelos aliados, começam a ficar incomodados com a demora (eles dizem que Caiado está passando a imagem de que não está conseguindo articular uma equipe ou então não confia nos aliados). Não falam publicamente, exceto de maneira reticente, mas, nos bastidores, expressam insatisfação. Eles dizem que o presidente do DEM não ganhou a eleição sozinho. Não apreciam também o discurso de que a equipe será mais técnica e que Caiado indicará a maioria dos secretários sem consultar os que trabalharam na sua campanha. O vice-governador Lincoln Tejota (Pros), frisam aliados, não quer conflito com Caiado, mas, até por seu cargo, espera ser mais consultado — o que não tem acontecido. O deputado federal eleito José Nelto (Podemos) também figura entre os que querem ser ouvidos agora e não depois da nomeação do secretariado. Há quem frise que José Vitti (PSDB), que apoiou José Eliton (PSDB) para governador, está sendo mais consultado por Caiado dos que seus principais apoiadores na campanha. “O governo, na prática, não é apenas de Caiado, mas também de quem o apoiou”, frisa um deputado.
A oscip Comunitas está examinando os dados do governo de Goiás e repassará as conclusões para Ronaldo Caiado um pouco antes de 31 de dezembro deste ano. Com os dados em mãos, o governador eleito vai definir suas primeiras ações. Acredita-se que, nos primeiros seis meses, o governo vai basicamente pagar a folha e fornecedores. Noutras palavras, a equipe técnica — ou até política — tem de se ajustar às primeiras ações do governo.
Agência da Habitação (Agehab) — O deputado José Vitti tem sido citado. O PP, se fechar com o governo, pode ficar com o cargo. Mas há quem no PP prefira manter o partido na oposição. Eduardo Machado, presidente do PHS nacional, também aparece na lista.
Agência Brasil Central — Mais citados: Paulo Beringhs, Tony Carlo, Vassil Oliveira, Cileide Alves, Érika Lettry, Eduardo Horácio e Filemon Pereira. Nenhum deles é gestor, e a opção pode ser por um gestor.
Agetop — José Américo (bancado tanto pelo prefeito de Catalão, Adib Elias, do MDB, quanto pelo deputado federal eleito Alcides Rodrigues, do PP). Wilder Morais tem sido citado, mas não parece interessado no cargo. Lincoln Tejota, se não conseguir indicar o presidente da Saneago, gostaria de indicar o presidente da Agetop.
Agência Goiana de Regulação (AGR) — Ana Maria Baiocchi. O nome da executiva seria bancado pelo empresário Odilonzinho Santos, do setor de transporte coletivo. Odilonzinho é amigo de Ronaldo Caiado. Eduardo Macedo, presidente do PMN, tem sido citado.
Agricultura — Bartolomeu Braz é o nome mais cotado. O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho tem o apoio do deputado eleito José Mário Schreiner (DEM), um dos políticos mais ligados a Ronaldo Caiado, inclusive são amigos. Hugo Goldfeld chegou a ser citado, mas teria desistido de pleitear o cargo. Antônio Chavaglia não larga a Comigo.
Casa Civil — Anna Vitória Gomes Caiado. É cotada também para a Controladoria. É filha de Ronaldo Caiado. Mas tem méritos pessoais. É um quadro técnico dos mais qualificados. Na Prefeitura de Goiânia, mostrou eficiência, além de integridade.
Chefe de Gabinete — Marcos Cabral, prefeito de Santa Terezinha de Goiás. Seu nome também foi ventilado para a Agetop.
Cidadania — O cargo será do PDT. Só falta definir o nome. O mais cotado é de George Morais, marido da deputada federal Flávia Morais e presidente do PDT.
Cidades e Meio Ambiente — Xequinho Portilho tem sido mencionado. O prefeito de Rio de Verde, Paulo do Vale, teria dito, numa roda de políticos, que vai indicar o titular do cargo. Chico do FGL chegou a ser listado, mas tudo indica que pode ficar na Assembleia Legislativa. Eleito deputado estadual, Zé Carapô (DC) tem sido citado, sobretudo para abrir espaço para José Essado na Assembleia. Caiado quer uma secretaria mais ágil, sem burocracia.
Comunicação — Lívio Luciano, Tony Carlo, Vassil Oliveira, Érika Lettry e Marcos Caiado. O senador eleito Jorge Kajuru, que terá influência na escolha, disse ao Jornal Opção que só veta Paulo Beringhs. Ronaldo Caiado teria dito que o cargo deve ser ocupado por um gestor. Lívio Luciano é o mais cotado para a Sefaz; se não for para esta secretaria, cresce sua cotação para a Comunicação.
Cultura — Glacy Antunes é o nome que congrega mais apoio. Já estaria acertado que será ela. Recebem menção Edival Lourenço, Marcos Caiado (não quer cargo no Estado) e Aguinaldo Coelho Caiado. A secretaria será recriada.
Detran — José Vitti, que deve se filiar ao DEM em 2019, é o nome mais citado. Ele chegou a conversar com Ronaldo Caiado.
Educação — Professor Dalson, do Patriota, e o professor Manoel Barbosa têm sido listados. Manoel Barbosa é bancado pelo deputado José Nelto. Comenta-se que o secretário será indicado por um grupo de professores da Universidade Estadual de Goiás (UEG).
Entorno do Distrito Federal — O nome mais citado tem sido o do senador Wilder Morais. A secretaria seria encorpada e o secretário passaria a ser a figura chave do governo de Goiás no Entorno do Distrito Federal e em Brasília. O ex-deputado federal Marcelo Melo também tem sido listado.
Esporte — O Pros banca o nome do deputado estadual eleito Vinicius Cirqueira (que tem o apoio de José Vitti).
Fazenda — Lívio Luciano, Wilder Morais, Mauro Ricardo Machado Costa e Fernando Carneiro (o procurador do TCE possivelmente não aceitará, se confirmado o convite). Lívio Luciano — pule de dez, hoje — é quem mais entende da atuação atual do Fisco em Goiás. Ana Carla Abrão, sondada, optou por permanecer num fundo americano de investimentos.
Governo — Ninguém é mais favorito para o cargo do que Samuel Belchior. O problema é que o empresário do setor de loteamentos não quer ocupar cargo público para não prejudicar seus negócios. Ele poderia ficar numa espécie de conselho consultivo — não remunerado. Adib Elias tem sido apontado, mas aliados garantem que prefere ficar na Prefeitura de Catalão. Ele teria o estopim tão curto quando o de Ronaldo Caiado. A diferença é que Caiado tem mandato e, se Adib Elias sair da prefeitura e não consolidar-se no governo, ficará, politicamente, ao deus-dará. Tem sido mencionados Eduardo Machado, Marcos Cabral e Eurípedes Barsanulfo.
Imprensa — Tony Carlo é o nome mais cotado. Se for para a Agecom, abre espaço para Vassil Oliveira, Cileide Alves, Érika Lettry ou Alexandre Parrode (que deixou Lincoln Tejota e já integra a equipe de Caiado; é produtivo)
Indústria e Comércio — Os mais cotados são Benjamin Beze Jr. (suplente de senador de Jorge Kajuru), José Vitti, Edwal “Xequinho” Portilho, Ubiratan da Silva Lopes (como vai ser presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae deve ser considerado carta fora do baralho).
Infraestrutura — José Carlos Aleluia (deputado da Bahia) tem sido citado.
Junta Comercial de Goiás (Juceg) — Embora médico de profissão, Silvio Fernandes é lembrado como um gestor competente e ágil.
Particular — Eurípedes Barsanulfo. O delegado de Polícia Civil aposentado é amigo de Ronaldo Caiado e participou de sua campanha.
Planejamento — Fábio Cammarota, da Fundação Dom Cabral, teria rejeitado o cargo, optando por ficar como consultor. Wilder Morais é o nome mais citado. Mas, segundo aliados, quer ficar em Brasília, articulando os negócios do governo de Goiás.
Saneago — Ronaldo Caiado quer indicar o titular. O vice-governador Lincoln Tejota e o deputado estadual eleito Rubens Marques querem bancar o presidente da companhia. A Saneago terá muito dinheiro para investir em 2019. Será um caso raro.
Saúde — Ludhmila Hajjar, médica do Hospital Sírio-Libanês, demonstrou entusiasmo — disse ao Jornal Opção que Caiado vai revolucionar a Saúde —, mas não confirmou que assumirá a secretaria. Teme processos judiciais (ninguém sai ileso da secretaria). Adib Elias, Paulo do Vale, Silvio Fernandes, Dr. Antônio (que chegou a pedir informações à equipe do secretário Leonardo Vilela) e Deusdedith Vaz (bancado por Lincoln Tejota) estão no páreo.
Segurança Pública — O delegado aposentado da Polícia Federal Rodney Miranda já teria sido escolhido por Ronaldo Caiado. Ele tem ligações com o núcleo duro do futuro governo de Jair Bolsonaro.
Superintendência da Mulher — O Partido da Mulher Brasileira quer bancar a professora Rosi Guimarães para o cargo.
Tesouro — Deve ser alguém do quadro de carreira do Fisco.
Turismo — Cunhado de Sebastião Tejota (conselheiro do TCM e pai de Lincoln Tejota), Carlos “Kakai” Toledo representa Anápolis.
Fonte;Jornal Opção
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